Soul

Soul

Residencial Multifamiliar

A região do bairro Santa Efigênia se destaca como um polo na área de saúde. É comum encontrar consultórios médicos, farmácias e laboratórios espalhados pela paisagem local. Apesar dessa intensa atividade, o bairro mantém sua essência residencial, com diversos edifícios multifamiliares e algumas casas unifamiliares remanescentes, muitas das quais foram adaptadas para abrigar clínicas e estabelecimentos voltados ao bem-estar.

A paisagem do bairro é uma interessante mistura de edifícios comerciais e residenciais verticalizados, áreas horizontais e pequenas construções isoladas. Com ruas arborizadas e um trânsito geralmente tranquilo, o bairro conserva um charme bucólico e oferece uma atmosfera agradável. A vida no bairro é ativa tanto de dia quanto à noite, beneficiando-se dos múltiplos usos residenciais e comerciais que coabitam a região.

Como é uma construção em uma esquina bem exposta, com potencial de impacto significativo sobre o entorno imediato, o cuidado na implantação foi essencial. A esquina em ângulo reto moldou o prédio, que se destaca por um jogo de saliências na fachada. A distorção desse ângulo base cria um movimento inusitado ao olhar de quem passa. Utilizamos linhas de saliências e jogos geométricos ao longo de todo o perímetro, ressaltando a horizontalidade e criando áreas de sombreamento com jardineiras na fachada.

FICHA TÉCNICA

Nome do projeto: Soul
Tipologia: Residencial Multifamiliar
Cliente: Sol Edificações
Construção: Sol Edificações
Ano do projeto: 2019
Término de construção: 2024
Área construída total: 5.167m²
Localização: Santa Efigênia, Belo Horizonte, MG, Brasil

EQUIPE

BLOC Arquitetura Imobiliária
Alexandre Nagazawa
Matilde Barros
Bruno Fontes
Bruno Schreiber
Pedro Ludovico
Rosana Leonel

IMAGENS E VÍDEO: Casa Digital
MARKETING IMOBILIÁRIO: 300 Comunicação
DESIGN E DETALHAMENTO DAS ÁREAS COMUNS: Estela Netto Arquitetura e Design
PERSONALIZAÇÃO E DETALHAMENTO DE INTERIORES DAS UNIDADES: Visionera
PAISAGISMO: Forma Garden Arquitetura Paisagística
PLAYGROUND E BRINQUEDOTECA: Suzana Cadaval

O design é realçado por linhas horizontais anguladas em cor clara, intervaladas com superfícies de material terroso cor café. Grandes aberturas com peitoris baixos e esquadrias escuras com vidro translúcido completam o visual, criando uma aparência marcante e acolhedora.

Optamos por recuar a edificação além dos afastamentos frontais obrigatórios, criando um grande jardim contínuo ao longo de todo o perímetro da esquina, que se estende para dentro do nível térreo de pilotis. Fechamentos translúcidos, pé-direito duplo e um paisagismo denso e arborizado promovem uma sensação de amplitude e respiro nas áreas ao nível da rua. Essa abordagem permite maior permeabilidade visual e aumenta a sensação de segurança e acolhimento para os pedestres.

O pé-direito duplo do pilotis foi criado para superar o desnível existente entre os alinhamentos dos lotes, “soltando” a área privativa residencial da base térrea. Isso oferece maior segurança e privacidade às unidades mais baixas, próximas ao nível da rua, ao mesmo tempo em que privilegia a amplitude visual dos pedestres.

Buscamos marcar positivamente a paisagem, respeitando os limites estabelecidos pelo patrimônio histórico. O projeto foi aprovado por unanimidade e elogiado pelo respeito ao entorno e design propositivo, diferenciando e referenciando a nova esquina como um elemento importante para a urbanidade e a comunidade local.

Espaço 356

Espaço 356

Comercial
Centro de Compras e Entretenimento
Shopping Mall

Serra do Curral: 
Patrimônio Natural e Urbano de Belo Horizonte

A Serra do Curral, ao sul de Belo Horizonte, é um marco geográfico e simbólico, parte do Quadrilátero Ferrífero e importante jazida de minério de ferro. Sua vertente norte, visível da avenida Afonso Pena, originou o nome da cidade e foi destacada no projeto urbanístico.

A região, rica em recursos naturais e culturais, se desenvolveu com a mineração desde o século 18, impulsionando a expansão urbana em Nova Lima e Brumadinho. Preocupações ambientais levaram ao pedido de tombamento da serra em 1958, resultando em debates e mobilizações pela sua preservação.

Na década de 1970, a criação do Parque das Mangabeiras respondeu aos danos da mineração, preservando a vertente voltada para a capital. Em 1994, a APA SUL RMBH foi criada, abrangendo vários municípios e importantes bacias hidrográficas, com vasta cobertura vegetal nativa.

A Serra do Curral, essencial para Belo Horizonte, reflete sua importância natural e cultural para a cidade. É junto a este importante e complexo marco belorizontino que o Espaço 356 foi concebido e construído.

FICHA TÉCNICA

Nome do projeto: Espaço 356
Tipologia: Comercial – Centro de Compras e Entretenimento – Shopping Mall
Cliente: Grupo EPO
Construção/Retrofit: Grupo EPO
Ano do projeto: 2014-2018
Término de construção/ Retrofit: 2024
Área construída total: 30.000m²
Localização: Olhos D’água, Belo Horizonte, MG, Brasil

EQUIPE

BLOC Arquitetura Imobiliária
Alexandre Nagazawa
Alexandre Nagazawa
Matilde Barros
Bruno Fontes
Bruno Schreiber
Pedro Ludovico
Rafael Batista
Rosana Leonel

FOTOS: Jomar Bragança
DESIGN E DETALHAMENTO DAS ÁREAS COMUNS: Isabela Vecci Abijaude
PAISAGISMO: Felipe Fontes

Micro Região do Olhos D’água

A Estação Ecológica do Cercadinho ocupa uma grande parte do bairro Olhos D’água, enquanto a área urbanizada restante é dominada por galpões industriais, pátios logísticos, depósitos e estacionamentos, todos com baixa qualidade ambiental. A porção sul e áreas ao longo da linha férrea sofrem com ocupações irregulares.

Ao longo da BR-356, predominam operações de motéis, muitos já desocupados e em mau estado de conservação, criando uma aparência de abandono. Essas operações enfrentam dificuldades financeiras, resultando em alta vacância. Proprietários buscam alternativas para esses imóveis, mas sem sucesso viável.

 

Apesar da beleza da Estação Ecológica do Cercadinho e da Serra do Curral, esses elementos naturais não são aproveitados pelos empreendimentos da região, que permanecem desconectados das potencialidades ambientais e estéticas locais.

A falta de integração entre a arquitetura e o contexto natural resulta em um ambiente degradado e pouco atraente.

Primeira Visita ao Terreno

Chegamos ao terreno pela via anteriormente repleta de pinheiros e arbustos que tinham a missão de ocultar os frequentadores locais dos olhares curiosos que passam pela BR-356. Ao olhar para os outros carros que transitavam devagar pela rua suspeitávamos das suas reais intenções. As nossas? Talvez não tão divertidas, mas igualmente instigantes.

Adentramos na edificação, pasmem, ainda em funcionamento e fomos tomados por uma mistura de constrangimento e curiosidade. A decoração dos quartos, reminiscente dos anos 80, com pôsteres de beldades nas paredes e espelhos bisotados de todas as formas – no teto, nas laterais e até no chão – refletia a criatividade temática dos motéis. Demonstrava também como, no calor e na euforia da atividade ali exercida, as pessoas não percebiam a extravagância da decoração. Será que era o escuro? Imagino que nem sempre as luzes estavam apagadas.

 

A descoberta deste lugar único em nossa trajetória de projetos foi uma delícia e verdadeiramente instigante. Não apenas pelo ponto de vista da atividade de outrora, mas também pela riqueza do arquétipo e sua organização espacial improvisada. Junto, o paliteiro estrutural escondido abaixo do motel nos forneceria uma base material fascinante para projetar.

Costumo brincar que aquela edificação trouxe muita alegria para muita gente. Para nós, durante o processo de projeto, e, num futuro próximo, ainda mais alegria com novas experiências para pessoas de todas as idades e classes.

Conceito arquitetônico

A edificação antiga já demonstrava suas forças e os caminhos que teríamos que seguir. As ruas por onde antes transitavam os carros se conformavam automaticamente como os fluxos principais dos pedestres. Imaginávamos todas as circulações repletas de vegetação, verdadeiras ruas arborizadas, como se fossem passeios extensos, agradáveis, apenas para as pessoas caminharem.

Os antigos quartos, anteriormente ocupados por garagens no primeiro nível, se configuravam claramente como lojas, já surpreendentemente divididas e moduladas com profundidade e largura ideais para a maioria das operações comerciais imaginadas para lá.

Os pavilhões de quartos foram implantados de forma ruidosa e tortuosa, seguindo o caos típico daquelas construções que crescem conforme a demanda, como verdadeiros puxadinhos. Tudo era hermético, cheio de paredes e fechamentos, justamente para que ninguém visse nada, devido à atividade ali exercida.

Vimos que tudo deveria ser aberto para comunicar visualmente os blocos e atravessar os volumes por grandes circulações. Várias das paredes, inclusive, não possuíam estrutura alguma, tendo que receber escoramentos e vigas e pilares auxiliares.

Certamente, seria mais prático demolir tudo. Derrubar a construção antiga e construir do zero. A certeza é que surgisse ali apenas mais um grande galpão que nada adicionaria à paisagem e a um entorno com tanto potencial natural. Mas o empreendedor topou algo dificílimo: um retrofit. Aproveitando a estrutura existente e criando novos blocos para novas funções, com módulos de grandes lojas, estacionamentos e circulações verticais adequadas ao novo uso proposto de centro de entretenimento e compras. Um desafio gigantesco que exigiria muito da nossa criatividade de design, dos engenheiros envolvidos e do próprio modelo de negócios a ser firmado ali.

 

O antigo motel foi exposto, aberto, suas ruas internas descortinadas, ajardinadas densamente com um verde exuberante em um paisagismo marcante e bucólico. Um grande esqueleto estrutural, que foi descoberto na primeira visita ao terreno, agora está exposto. A grande laje que o cobria foi retirada, expondo uma malha estrutural imbricada, rica esteticamente, uma força que antes estava escondida e renegada na escuridão dos subsolos sem função da antiga edificação. Agora há luz natural, ventilação, verde, em um pé direito quádruplo e instigante.

A materialidade é simples e direta: concreto aparente, aço, vidro, madeira e muito verde do paisagismo que se integra à estrutura bruta. Uma combinação da brutalidade do concreto com o verde ressalta, através da diferença gritante de essência, um poder de atenção incrível das pessoas. A natureza parece querer dominar a intervenção humana a todo instante, ocupando cada espaço, cada canto da edificação.

Os jardins são propositalmente densos nas ruas internas. Já na esplanada e no rooftop, segue um paisagismo mais sereno, do cerrado, junto ao vento típico das nossas serras. Capins, flores do campo, cores que infestam as nossas serras de Minas Gerais estão por todo lado nos grandes terraços criados.

Diferentemente de outros espaços comerciais, propomos além das ruas internas arborizadas para o caminhar das pessoas, áreas abertas e livres, como grandes praças, espaços de estar, com a intenção clara de propor lugares que fogem do consumo, do estereótipo do shopping onde todo e qualquer lazer, estar ou sentar é pago.

Principalmente durante a pandemia, vimos que o conceito de um centro comercial aberto tem benefícios gigantescos, muito além da questão de possibilitar a ventilação e iluminação natural. Assim, criamos a grande esplanada aberta com uma fonte onde as famílias poderão brincar nos dias quentes. 

Um rooftop gigantesco para eventos e atividades ao ar livre estará à disposição para a população. Uma grande arquibancada joga o olhar das pessoas para a contemplação da serra, para a beleza natural da Estação Ecológica do Cercadinho e, ao fundo, ao skyline da cidade com seus altos prédios que cercam o Belvedere.

Queríamos desde o início criar um lugar de encontro, onde as pessoas pudessem passar o tempo juntas e se reunir de forma leve, contemplar o entorno de natureza, sem a pressão e stress típico de um centro de compras tradicional. Um lugar verdadeiro, com uma relação entre o antigo e o novo harmoniosa e de retroalimentação com os potenciais locais e naturais.

Casa Galeria Vale dos Cristais

Casa Galeria Vale dos Cristais

Residencial unifamiliar

O condomínio Vale dos Cristais, em Nova Lima, MG, destaca-se por sua beleza natural ímpar, oferecendo vistas deslumbrantes de um mar de morros verdejantes e espetaculares nascer e pôr do sol. O terreno escolhido pelos proprietários para sua futura morada é um local privilegiado, situado em um dos pontos mais altos do condomínio. Dali, é possível apreciar a magnífica vista de um grande vale preservado de Área de Proteção Permanente (APP) e o skyline verticalizado de Vila da Serra e Belvedere, emoldurados pela estrutura singular da nova edificação proposta.

Contudo, essa vista maravilhosa vem acompanhada de desafios. O terreno extremamente declivoso exigia uma implantação cuidadosa para acomodar um programa extenso, com a necessidade de uma grande área plana e contínua. Para nossa surpresa e satisfação, o cliente nos pediu uma casa-galeria que pudesse abrigar sua vasta coleção de arte, protegida do sol, mas iluminada por luz natural indireta e difusa. A galeria deveria ser integrada, mas ao mesmo tempo separada do programa tradicional da casa, refletindo sua paixão pela arte e pelo ofício.

FICHA TÉCNICA

Nome do projeto: Casa Galeria Vale dos Cristais
Tipologia: Residencial unifamiliar
Cliente: Particular
Construção: Privilège Construtora
Ano do projeto: 2016
Término de construção:
Em construção
Área construída total: 1.771m²
Localização: Vale dos Cristais, Nova Lima, MG, Brasil

EQUIPE

BLOC Arquitetura Imobiliária e Joana César Magalhães
Alexandre Nagazawa
Luiz Felipe Quintão
Joana César Magalhães
Bruno Fontes
Isadora Dawson
Marina Garcia
Sofia Lobato
Rafael Batista

Nosso desafio foi criar um design à altura das expectativas dos clientes, ambos grandes amantes das artes e arquitetura. Assim, a casa foi concebida como um grande objeto de design: escultórico, plástico, belo e marcante, mas equilibrado o suficiente para destacar as obras da galeria sem perder sua singularidade na paisagem.

O programa foi distribuído em dois grandes pavilhões: um para a galeria e outro para a residência. No primeiro nível, encontram-se a galeria, dois escritórios, um voltado diretamente para a galeria e outro mais reservado junto de terraços privativos, garagem para oito carros, acomodações para os funcionários e cômodos técnicos. A galeria se desenvolve ao redor de uma grande circulação rampada, que margeia o salão principal e oferece múltiplos ângulos de apreciação das obras de arte.

No mesmo pavilhão, em um segundo nível, está o programa residencial, com uma grande cozinha, uma ampla área de jantar e estar integradas, que oferecem vistas para a galeria, o coração da edificação, e também para a frente e os fundos do terreno. Esta área comum é o ponto de articulação entre os dois grandes volumes, distribuindo o restante do programa íntimo e de serviços.

O segundo bloco, localizado no ponto mais alto do terreno, acomoda quatro suítes com estar íntimo, lazer coberto e descoberto, além de uma grande piscina de raia e borda infinita. O spa possui sauna integrada à piscina e área de descanso externa. Uma academia se abre para a vista do vale, próxima da piscina, em uma ampla área avarandada que emoldura a paisagem dos morros ao fundo.

A materialidade da construção não poderia ser mais elegante e básica. O concreto aparente ripado encapsula a edificação, com os dois prismas sólidos emoldurando as vistas abertas por grandes panos de vidro translúcidos. Brises de madeira bloqueiam o sol forte da tarde, enquanto as portas camarão em madeira permitem abrir ou fechar toda a vista do vale conforme desejado. O verde do paisagismo, combinado com o concreto das fachadas e as pedras nobres dos pisos, compõe uma paleta nobre e austera para a edificação.

O paisagismo foi pensado como um fator integrador ao cerrado mineiro, utilizando forrações e espécies do bioma local, com inserções contemporâneas para delinear volumes, caminhos com rochas e transições entre áreas sociais e íntimas. Tudo foi planejado para valorizar a beleza natural da vista e da mata que circunda o vale.

PLANTAS

PROJETOS
HUMANIZADOS,
NEGÓCIOS
VALORIZADOS.

Acreditamos que cada empreendimento deve colocar as pessoas em primeiro lugar, gerando benefícios que se estendem por toda a comunidade e agregando valor à sociedade e aos investidores.