Alto Buritis
Uso misto
O bairro Buritis, em seu conjunto arquitetônico, evidencia desafios significativos, especialmente no que diz respeito às palafitas estruturais e sua presença na paisagem urbana. Esses elementos, de maneira desordenada, dominam a vista em muitas partes do bairro, impactando a estética e a leitura do bem tombado da região, a Serra do Curral.
Próximo à área do projeto, a presença das palafitas é ainda mais notável, colocando em destaque a necessidade de um tratamento cuidadoso da edificação para minimizar sua interferência na paisagem local.
Projeto premiado: 16ª Premiação IAB-MG Prêmio categoria residencial
Nome do projeto: Aimorés SP
Tipologia: Uso misto
Cliente: Grupo EPO
Construção: Não construído
Ano do projeto: 2013
Término de construção:
Não construído
Área construída total: 12.786m²
Localização: Buritis, Belo Horizonte, MG, Brasil
BLOC Arquitetura Imobiliária
Alexandre Nagazawa
Belisa Murta
Carolina Boaventura
Isabela Campolina
Janaína Lopes Nogueira
Luiz Felipe Quintão
Megg Sousa
MACh Arquitetos
Fernando Maculan
Mariza Machado Coelho
Mateus Lira
Marcela Rosenburg
Ricardo Lobato
A implantação do sistema viário do bairro também trouxe implicações para a morfologia do terreno, que se mostra delicada. Taludes positivos, com alturas superiores a 15 metros e declividades íngremes, representam riscos geológicos e ambientais.
Exploramos diversas estratégias de implantação, inicialmente considerando a retirada de terra excedente do terreno. Contudo, essa abordagem acarretaria impactos ambientais e econômicos significativos, o que nos levou a uma solução mais consciente e sustentável.
Optamos por concentrar a ocupação nas porções mais elevadas do terreno, evitando a projeção sobre os taludes e preservando a integridade do ambiente natural. Na seleção dos materiais, priorizamos a harmonização com a paisagem, utilizando concreto, vidro, madeira e pedra, além de brises vegetados, integrando elementos naturais às fachadas.
Embora o edifício ultrapasse o limite altimétrico em alguns pontos, estrategicamente mantemos esses excessos na poção interior do terreno, contidos nos múltiplos escalonamentos do volume seguindo a morfologia da topografia, logo minimizando bastante o impacto visual na paisagem circundante.
Um grande átrio central se escalona junto com os volumes distribuidos sobre a topografia. Nele se abrem as circulações horizontais que ligam as unidades habitacionais aos núcleos de circulação vertical. O resultado desses múltiplos átrios centrais escalonados é um edifício mais horizontal e arejado, com jardins e árvores nos pátios internos. Eixos atravessam o prédio, marcando visuais importantes e criando mirantes.
Essa implantação é incomum na região e no mercado imobiliário local, oferecendo uma solução criativa para um programa complexo, enfrentando desafios significativos devido à grande inclinação do terreno e às restrições altimétricas do patrimônio histórico.